Vestimenta feita com uma fibra grosseira desprovida de beleza e elegância, tirada de uma planta tiliácea que se cultiva na Índia. Nos dias atuais as artesãs o usam para fazer tapetes e no mundo da agricultura é facilmente encontrado. Porém não é um pano apreciado para vestes. Não vemos ninguém usando roupas feitas de saco ou de juta como é mais conhecido.
Vestir-se de saco era um costume descrito na bíblia. Era a maneira usada para se expressar um determinado sentimento a outros. Angústia, dor, necessidade, arrependimento. Em diversos episódios encontramos relatos de alguém que “rasgou suas vestes e vestiu-se de saco”. A duração de tal ato dependia da condição ou busca de quem assim se manifestava.
Em nossos dias o vestir-se de saco adquiriu um novo visual e conceito. A juta deu lugar ao estar no padrão, dentro das normas e regras. Roupas em seus comprimentos adequados, aparência cuidada, sorriso largo na cara. O sentimento expressado recebe o nome de estressado, depressivo, desviado, desequilibrado, sem autoestima, não convertido, problemático e entre tantas outras classificações do gênero, sujeitinho complicado.
Em nossa qualidade humana devemos manter a postura correta e a discrição. O importante é manter a aparência. Estamos engessados às normas que determinam a condição de fazer parte ou não.
Não há uma distinção de quem somos de fato. Pois, ao olhar os que estão a nossa frente somos incapazes de discernir-los. Ficamos confusos. Há uma perfeição estampada no que na verdade não é perfeito. E passamos a vida tentando nos ajustar a esta perfeição que verdadeiramente é uma forma de encaixotamento humano.
Vivemos focados em condições impostas. No serviço, na igreja, na família, aonde quer que formos. E transformamos a nossa salvação numa religiosidade barata e desprovida do conhecimento real de Deus. Movida pela aparência. Se você está de acordo com as normas você está dentro.
O ser humano se tornou um objeto do seu próprio desejo de ser melhor. Melhora-se o exterior numa mudança radical que todos podem apontar. E o interior é mantido a sete chaves sem nunca ser revelado. Não ajudamos porque não somos capazes de resolver nossos próprios problemas. Nos escondemos atrás da máscara do “eu sou melhor”, eu posso te julgar, eu posso te condenar, eu posso de abandonar. Quando na verdade o que fazemos é apresentar aos homens um Deus que somente castiga, impõem regras, limites condições, normas. Apresentamos Deus semelhante ao que somos.
São poucos os homens que tem a coragem de se mostrar humano. Expressar suas verdades humanas e acima de tudo nos ajudar a enxergar um Deus que nos ama pelo que somos e não pela nossa condição de ser. Infelizmente não são muitos. Sim!! Porque a maioria deles faz com que, muitos de nós, nos sintamos tão porcarias, pois eles se emolduram como pequenos deuses humanos, desprovidos de qualquer falha ou fraqueza.
Esses poucos homens que encontramos, quando temos a oportunidade de conversar, de aprender, de estar juntos ou ouvi-los, como humanos que são, expressando Deus através de suas vidas de uma maneira verdadeira e limpa, reforçam em nós o sentimento de que somos capazes de também alcançar a mesma condição: A de ser amado por Deus! A de ter nossas orações respondidas, nossas vidas transformadas e regadas por seu precioso amor.
Abraços!!!!!